Albertina Berkenbrock, assassinada em 1931 em Imaruí, no Sul de Santa Catarina, é a nova mártir catarinense a ser contemplada pelo decreto de beatificação concedido pelo Vaticano. A cerimônia está marcada para o dia 20 de outubro. O documento que reconhece o martírio, condição para que seja decretada a beatificação, foi assinado em dezembro de 2006, em processo que tem como postulador o frei italiano Paolo Lombardi. Ao contrário de Santa Paulina - filha de italianos que emigraram para Santa Catarina - que já foi canonizada, Albertina levará o título hierarquicamente inferior de Beata.
Nascida em 11 de abril de 1919, descendente de imigrantes alemães profundamente católicos que chegaram ao Estado em 1860, Albertina é lembrada por virtudes como modéstia, obediência e devoção. Aos 12 anos, foi atacada por um trabalhador das redondezas de sua casa, Indalício Cipriano Martins, o Maneco Palhoça, que tentou violentá-la e a matou com uma facada. O agressor foi condenado a 30 anos de cadeia mas morreu em 1942.
De acordo com os ritos processuais, o fato de Albertina ter resistido à violência sexual é decisivo para configurar o martírio e justificar a beatificação. Em documento para a organização católica Santos do Brasil, D. Hilário Moser, bispo da diocese de Tubarão, Santa Catarina, acentua que "é indiscutível a intenção pecaminosa do assassino: violar a pureza de Albertina, deflorar sua virgindade". Essa constatação, somada à confissão do autor do crime, criou entre os fiéis a convicção de que Albertina morreu mártir. "Ela não cede. Defende-se, agarra seu vestido e se cobre o mais que pode. Maneco, derrotado moralmente pela menina, vinga-se, agarra-a pelos cabelos, afunda o canivete no pescoço e a degola. Está morta Albertina! Seu corpo está manchado de sangue... Sua pureza e virgindade, porém, estão intactas".
Albertina Berkenbrock está sepultada em um sarcófago de granito na Igreja São Luiz, em Imaruí. O local foi transformado em santuário.
FONTE: G1
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